De repente, a multidão se espreme. O Chiclete com Banana se aproxima e o empurra-empurra é inevitável. Então, é bom segurar o bolso, pois os larápios estão de plantão à espera de um vacilo.
“Só percebi que não tinha dinheiro quando peguei o ônibus”, conta a auxiliar de enfermagem Manoela Farias, 25 anos, que teve R$ 150 roubados quando curtia a pipoca no Relógio de São Pedro.
Há 12 carnavais trabalhando no circuito Osmar (Campo Grande), o capitão Boanerges, da 1ª Companhia Independente (Pernambués), aponta sem pestanejar os locais preferidos dos ladrões: Largo Dois de Julho, Relógio de São Pedro, Praça Castro Alves, Forte de São Pedro e Ladeira de São Bento.
“São locais onde há uma concentração maior de pipoca e isso facilita a ação dos mais espertos. É comum a gente fazer várias prisões nestas localidades”, declara.
O Chiclete com Banana é conhecido por arrastar multidões e é essa a explicação do soldado da PM Messias, da 16ª CIPM, para a quantidade de furtos e roubos praticados quando o Camaleão passa no circuito.
“É uma muvuca danada e é nessa hora que os aproveitadores agem. É muito comum a patrulha se posicionar quando o Chiclete passa para também evitar as brigas, algumas delas provocadas quando a vítima flagra o roubo. Quando chega o Psirico, também é bom ter cuidado”, diz o policial.
Dodô – Já no circuito Dodô (Barra-Ondina), os pontos em que os foliões devem ter mais atenção são Farol da Barra e Morro do Cristo, na Barra, e as ruas Escravo Miguel (Beco de Ondina) e Beapendi, em Ondina.
“No Farol, é por causa da concentração dos trios. No Cristo, se concentram muitos ladrões. A rua Escravo Miguel é um local escolhido como ponto de encontro entre amigos. Já a Beapendi é muito movimentada por perto do encerramento do desfile”, explica o sargento Guanais, do Batalhão de Choque.
Ele lembra que o folião pode contribuir para a diminuição das ocorrências indo para a festa sem relógio, bolsa e celular. “É bom também levar dinheiro trocado para não chamar atenção quando vai comprar alguma coisa”, diz o soldado Anderson, também do Batalhão de Choque.
Os policiais destacam as modalidades de furto mais comuns durante o Carnaval. A primeira é aquela praticada por “lanceiros” – modalidade em que o ladrão pratica o crime sem que a vítima perceba. Na “mão-grande”, o ladrão mente ao dizer que está armado. Com o “171”, um objeto é levado enquanto o ladrão conversa com a vítima. A última tática é o famoso “tombo” – quando alguém esbarra em outra pessoa e uma terceira realiza o furto.
Siga o Portal Alagoinhas News no Google Notícias e Instagram para receber as principais notícias do dia em primeira mão.