‘São uns lobos’, diz mulher obrigada a se prostituir na Europa por 6 anos

Após a prisão de um casal suspeito de aliciar mulheres para prostituição, uma moradora de Cajazeiras, bairro popular de Salvador, contou nesta sexta-feira (1°) o drama que viveu em Portugal, Espanha e Alemanha, durante seis anos, na posse de uma quadrilha de tráfico internacional de pessoas.
Ela considerou a proposta tentadora. “Era para ganhar dinheiro muito alto durante três meses, para comprar uma casa e para conseguir abrir um comércio para mim aqui no Brasil”, disse a mulher, que prefere não se identificar. Os aliciadores a obrigavam a fazer sexo com cerca de 20 homens por dia. “Às vezes até mais, dependendo do período, do mês. No início do mês, era sempre quando tinha mais frequência, né? Eles são uns lobos vestidos em pele de cordeiros”, contou.
Hoje aos 32 anos, a mulher é uma das baianas levadas ao exterior por quadrilhas especializadas em tráfico de mulheres. A Bahia é o terceiro estado no país com maior incidência deste tipo de crime, segundo dados da Secretaria Nacional de Justiça. De 2005 a 2011, 475 pessoas foram traficadas.
Os traficantes internacionais optam geralmente por mulheres de baixa renda e pouca instrução, que entre 15 e 27 anos, com cor negra ou morena. Na maioria das vezes, as vítimas têm que procurar a polícia para conseguir voltar para a casa.
A advogada Regina Machado explica que o tráfico tem origem na Rússia. Para ela, a dificuldade em combater esse tipo de crime é a burocracia. “Nós tratamos de relações internacionais entre o Ministério de Relações Exteriores, do Brasil, com outros países. Essa demora é o que mais nos prejudica no trabalho de repatriação ou de deportação”, disse.
Fonte: G1 BA
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